quinta-feira, 8 de abril de 2010

E se JESUS não tivesse nascido?

Esta é sem dúvida uma pergunta intrigante. Entretanto, não é uma pergunta difícil de responder. Basta lançar um olhar na história da humanidade nos últimos dois mil anos. Aquele humilde carpinteiro de Nazaré, que afirmou categoricamente ser Deus, operou milagres e sinais, ensinou enfática e corajosamente sobre ética, amor, justiça, espiritualidade, demonstrando uma autoridade ímpar no que fazia e falava, simplesmente dividiu a historia em antes e depois d`Ele. Uma variedade muito grande de conquistas valiosíssimas na história humana, nas mais diversas áreas, simplesmente jamais teriam ocorrido se Jesus não tivesse nascido. Muitas pessoas passaram por esta vida e realizaram feitos extraodinários; por isso, seus nomes são lembrados e até mesmo venerados. Porém, Jesus Cristo, inegavelmente o homem mais importante que já pisou este planeta e jamais haverá igual, transformou cada aspecto da vida humana e infelizmente a maioria dos habitantes desta terra ignoram esta verdade, não lhe dando a honra que Ele merece. Paradoxalmente, essa indiferença em relação à Pessoa de Jesus fica evidente principalmente na época do Natal. Já nem nos referimos tanto à comercializaçao massiva em torno do Natal de Jesus. Olhando pelo lado positivo, este gesto de trocar presentes ainda é algo salutar entre as pessoas. O que nos assusta mesmo é a banalizaçao deste tão grande acontecimento. É verdadeiramente trágico constatar que as pessoas têm se esquecido de Jesus, a quem devemos tudo!


MAS, E SE JESUS NÃO TIVESSE NASCIDO?

É bem verdade que nem todos ficaram contentes com a vinda de Jesus Cristo à esta terra. A começar pelo diabo e seus agentes que desde o anúncio de Deus no Jardim do Édem que da mulher descenderia um que pisaria a cabeça da serpente (Gn 3.15), desde lá o reino das trevas trabalhou engenhosamente para impedir que Jesus não viesse e nascesse. Mas Jesus nasceu! Este reino continuou trabalhando durante a vida terrena de Jesus, fazendo-lhe oposição, mas o Senhor Jesus consumou o plano da salvação, razão do seu nascimento nesta vida. O maligno continuou trabalhando na história tentando eclipsar a glória do Messias e utilizou varios agentes humanos malévolos, os quais não vale a pena promover as suas memórias nesta singela reflexão que busca enaltecer a Pessoa do Senhor Jesus Cristo. Para citar apenas dois inimigos declarados de Cristo, dos judeus e dos cristãos, Friederich Nietzche e seu fiel discípulo, Adolf Hitler foram duas criaturas que desejaram odiosamente que Jesus não tivesse nascido. Somente as filosofias e ideologias destes dois agentes a serviço do mal, foram responsáveis pela morte de mais de 16 milhões de inocentes. Seus objetivos eram apagar o nome de Jesus da história. Hitler disse: “Historicamente falando, a religião cristã não passa de uma facção do judaísmo (...) Pela lógica, com a destruição do judaísmo, segue-se também a extinção dos padrões morais cristãos (...)”. Mas na profecia de Isaías (9.6), um dos nomes do Messias seria Deus Forte. “Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos? E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó." (Mt 21. 42,44). Tanto Nietzche quanto Hitler foram reduzidos a pó. Quanto a Jesus, Ele é o pai da eternidade!


COMO SERIA A VIDA DAS CRIANÇAS, SE JESUS NÃO TIVESSE NASCIDO?

No mundo antigo, o sacrifício de crianças era um acontecimento corriqueiro. Em áreas próximas de templos pagãos, arqueólogos descobriram cemitérios de bebês sacrificados. Antes que os judeus conquistassem a Terra Prometida, esta prática era comum entre o povo cananeu que as sacrificavam para honrar o deus Baal e sua esposa Astarote. No manual bíblico de Halley (p. 184-5), lemos: “A poucos passos desse templo de Astarote havia um cemitério, onde se acham muitos jarros contendo despojos de crianças sacrificadas no dito templo [...] Os profetas de Baal e de Astarote eram assassinos oficiais de criancinhas." Isso porque na cultura oriental, quer no Oriente Próximo, Oriente Médio ou Extremo Oriente, a vida era banalizada. Na Grécia e na Roma antigas, era perigosíssimo para um bebê nascer, pois o aborto era desenfreado. Abandonar um recém-nascido era algo normal. Geralmente os bebês indesejados, especialmente os fracos e doentes, eram levados à floresta ou às montanhas para serem devorados por animais ou mesmo morrer de fome. Não raramente abandonavam-se também as meninas, pois as mulheres eram consideradas inferiores. O infanticídio não só era lícito como também encorajado pelo Estado. Em Roma, matar um cidadão natural era considerado um crime, mas matar o próprio filho era visto como um gesto nobre e altruísta. Nesta cultura, o pai exercia absoluta tirania sobre os filhos. Tinha autoridade para exterminá-los, vendê-los como escravos, obrigá-los a casarem, divorciá-los e confiscar suas propriedades. A vida humana era extremamente banalizada. Então nasceu Jesus. Ele também foi procurado para o extermínio enquanto bebê. Quando adulto, acolheu as crianças: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam...” (Mt 19.14). Desde então, os cristãos têm tratado a vida como algo sagrado, especialmente a vida dos que ainda não nasceram. Na antiga Roma, muitos recém-nascidos foram adotados pelos cristãos e preservados por causa da sua fé em Cristo. O aborto desapareceu na igreja primitiva, assim como o infanticídio e o abandono de bebês. Houve mesmo um apelo para que as crianças rejeitadas fossem trazidas à igreja. Foram fundados orfanatos e lares para acolher estas crianças. Tais práticas, embasadas numa visão valorativa em favor da vida, influenciaram a civilização ocidental no desenvolvimento de uma ética da vida humana que permanece até hoje.


COMO SERIA A VIDA DAS MULHERES, SE JESUS NÃO TIVESSE NASCIDO?

Antes de o cristianismo influenciar o mundo, a vida da mulher era bastante desvalorizada. No mundo antigo, a esposa era considerada propriedade do marido. Na Índia, na China, em Roma e na Grécia declarava-se abertamente que as mulheres não tinham capacidades para serem independentes. Na filosofia de Aristóteles, a mulher estava em algum lugar entre o homem livre e o escravo. Platão ensinou que se um homem vivesse covardemente, reencarnaria como mulher e esta, por sua vez, reencarnaria como um pássaro. Daí deduz-se que na antiga Roma, a mulher que escapasse do infanticídio, sua vida não era muito melhor, não. As meninas eram abandonadas muito mais freqüentemente que os meninos. Novamente, foi o cristianismo que, com o tempo, começou a devolver a dignidade à mulher. Infelizmente, em muitas civilizações em que o cristianismo tinha pouca expressão, estas práticas repugnáveis perduraram por muitos séculos. Como por exemplo, quando duas missionárias européias, a saber, Sofie Reuter e Anna Jakobsen, fazendo missões na China, no final do séc. XIX constataram o infanticídio de meninas como uma prática comum e bem aceita por aquele povo. Em seus apontamentos, datados de 1880, lê-se: “Era raro que um casal tivesse mais de uma ou duas meninas. Se nascessem, eram descartadas imediatamente. Isso era feito de diferentes formas. A menina poderia ser simplesmente oferecida como alimento a cães selvagens e lobos. Às vezes, o pai a levava à “torre dos bebês”, onde ela logo morreria por causa do abandono a da fome e onde seria encontrada pelas aves de rapina”. Entretanto, desde que o cristianismo começou a influenciar esta e outras civilizações, inclusive centenas de tribos, através das chamadas missões modernas, a vida das mulheres melhorou muito, à medida que os ensinos de Jesus se enraizavam nessas culturas. As missionárias Sofie Reuter e Anna Jakobsen vasculhavam diariamente os locais de abandono para salvar aquelas meninas chinesas da morte certa. Elas criavam estas meninas e as discipulavam na fé cristã. Na Índia não era diferente. Antes da influência do cristianismo naquela civilização, as viúvas eram voluntaria ou involuntariamente queimadas nas piras dos funerais dos seus maridos. Logicamente uma prática horrenda, conhecida como sati. A palavra traduz-se por “boa mulher”. Os hinduístas acreditavam que a boa mulher era a que seguia o marido até à morte. O grande missionário entre os indianos, William Carey, registra que não só esta prática era corrente entre os indianos como também o infanticídio. Os missionários pediram o apoio das autoridades britânicas e erradicaram estas práticas, valorizando a vida humana a partir de uma perspectiva cristã. Ainda no séc. XIX, o príncipe dos pregadores, Charles Spurgeon, relatou uma experiência missionária, em que uma mulher hindu disse: “Certamente sua Bíblia foi escrita por uma mulher. Por quê? ele perguntou. Porque diz tantas coisas boas para as mulheres. Nossos sábios nunca se referem a nós, a não ser para nos repreender”. Antes da influência de Jesus na cultura africana, eles também tinham uma prática similar ao sati. As esposas e as concubinas do chefe da tribo eram mortas na ocasião da morte do marido. Tais costumes tribais foram desaparecendo depois que o cristianismo começou a ser difundido naquele continente. A poligamia foi banida de diversas culturas ao redor do mundo com a chegada do evangelho de Jesus Cristo. Isto é motivo de alegria porque a poligamia é intrinsecamente injusta com as mulheres. A Bíblia nos ensina o modelo ideal para o casamento. É fato que o cristianismo elevou grandemente a dignidade das mulheres. É até uma ironia como as chamadas feministas deste século não dêem crédito a Jesus e à sua palavra. Basta olharmos para aquelas áreas do planeta em que os ensinos de Jesus ainda não chegou, em tais culturas, o valor da mulher é ínfimo.


COMO SERIA A VIDA DOS IDOSOS, SE JESUS NÃO TIVESSE NASCIDO?


A história registra que muitas tribos e povos matavam seus idosos da mesma forma que matavam seus filhos indesejados. Os esquimós, por exemplo, matavam seus idosos abandonando-os à própria sorte, em banquisas de gelo flutuante pelo mar afora. Outras civilizações empregavam outros métodos, mas o fim é o mesmo: Descartar os idosos. Antes de Jesus vir, o valor do idoso era determinado pelo costume particular de cada povo. Na ética ensinada por Jesus, toda a vida é plena de valor, do bebê ao idoso, seja homem ou mulher. Infelizmente, à medida que as sociedades se afastam de Deus e de seus princípios, banindo-O de suas culturas, volta-se ao modelo primitivo da valorização da vida humana, ou seja, quase nenhum. Assistimos o avanço de movimentos sociais que defendem a morte desde o feto até a morte assistida dos idosos, os chamados “ato de misericórdia” ou eutanásia. Os que não defendem este movimento abertamente fazem-no sutilmente, depositando o idoso num lugar qualquer de “acolhimento” para terminar os seus dias lá, longe de tudo e todos. Tem-se abandonado a visão judaico-cristã da valorização da vida humana e substituída por outras de mau gosto. "Mas vós não aprendestes assim a Cristo. Se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos, conforme é a verdade em Jesus." (Ef 4.20,21).


Se tirarmos Jesus da história da humanidade, ou seja, se ele não tivesse nascido a vida na sua totalidade seria um caos, sem forma e vazia! O fato é que a humanidade não reconhece isso, nem no Natal. Mas isso já foi diagnosticado pelo apóstolo João ao apresentá-lO ao mundo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou." (Jo 1.1-5; 9-10;14,18).

Não há nenhum exagero em dizer que o distinto leitor que lê esta reflexão, poderia muito bem não estar vivo hoje se Jesus não tivesse nascido!


Esta reflexão segue a logia de Kennedy, D. James, Jerry Newcombe. E se Jesus não tivesse nascido? São Paulo: Editora vida, 2003.

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